O hotsite Ditadura em Porto Velho faz parte dos projetos de pesquisa e de extensão coordenado pelo professor Allysson Martins, coordenador do MíDI na Universidade Federal de Rondônia (UNIR). O objetivo foi desenvolver um site e mapa digital sobre os resquícios da ditadura militar em Porto Velho, contendo informações oficiais sobre os homenageados e o conhecimento da população que se relaciona com esses lugares cotidianamente. A intenção é também de gerar demanda aos gestores municipais para possíveis mudanças.
Clique nas marcações abaixo para mais informações
Dados
Bairro Costa e Silva Rua Castelo Branco Rua Presidente Médici
Total de residências: 1951 Total de residências: 102 Total de residências: 49
Entrevistados: 61 (3,33%) Entrevistados: 31 (30,39%) Entrevistados: 20 (40,82%)
Eu acho que a gente não deve fazer homenagem para pessoas que não “prestam”, mas, quando a pessoa é boa, um presidente bom, um prefeito bom, um governador bom… como foi o Chiquilito [Erse]. O Chiquilito, para mim, foi muito bom. E tiraram até o nome da rua dele, que era aí. É uma coisa que vai se esquecer, e quando a pessoa é boa, a gente não pode esquecer das pessoas que são boas, não. A gente sempre tem que se lembrar. Eu acho que sou a favor, sim, que tenha o nome da pessoa, que tenha respeito… agora, uma pessoa que não tem respeito, não tem moral, eu não concordo” – moradora idosa da rua Castelo Branco.
Eu sou contra esse negócio de ficar mudando nome de rua, sou contra esse negócio. Que nem a Rio Madeira, aí. Todo mundo conhece ela como Rio Madeira, aí, para “babar ovo” de político, colocaram Francisco Chiquilito Erse. Uma rua tradicional dessa, de muitas e muitas décadas, e mudam o nome” – morador de meia-idade da rua Castelo Branco.
Não vejo sentido alguém, um dia, querer mudar o nome da rua, se ela já faz homenagem a uma pessoa, não entendo o motivo de mudar o nome e homenagear outra pessoa, isso vai só bagunçar a vida de todas as pessoas que moram aqui na rua” – moradora adulta da rua Castelo Branco.
Não conheço Presidente Médici muito bem, só sei que ele foi presidente do Brasil no tempo que eu estudava” – moradora de meia-idade da rua Presidente Médici.
Mudar pra quê? Vai desorganizar tudo, não precisa mudar, melhor deixar como tá, vai só complicar a vida da gente” – moradora de meia-idade da rua Presidente Médici.
Eram tempos difíceis [os da ditadura militar], eu e minha família não comíamos carne ou frango, passamos por muitas dificuldades e eu era apenas uma criança, não acho justa essa homenagem” – moradora de meia idade do bairro Costa e Silva, após seu marido se mostrar contrário à mudança mesmo ciente da história brasileira.
Durante o período da Ditadura, a cidade era muito mais segura, você podia andar pela rua à noite sem ter medo, atualmente não me sinto mais seguro para fazer isso” – morador idoso do bairro Costa e Silva.
Fiz alguns períodos de História, sei o que aconteceu naquela época por causa do curso, mas percebi que, durante a escola, não se pegavam a fundo sobre a repressão que rolou” – morador jovem do bairro Costa e Silva.
Ditadores
Humberto de Alencar Castelo Branco (1900-1967) | 26º Presidente do Brasil, 1964-1967
Arthur da Costa e Silva (1899-1969) | 27º Presidente do Brasil, 1967-1969
Emílio Garrastazu Médici (1905-1985) | 28º Presidente do Brasil, 1969-1974
Ernesto Beckmann Geisel (1907-1996) | 29º Presidente do Brasil, 1974-1979
João Baptista de Oliveira Figueiredo (1918-1999) | 30º Presidente do Brasil, 1979-1985
Equipe
Alice Belo
BolsistaEstudante de Jornalismo da UNIR.
Juliana Rocha
BolsistaEstudante de História da UNIR.
Marcos Miranda
BolsistaEstudante de Jornalismo da UNIR.
Allysson Martins
CoordenadorProfessor do PPGCOM - Programa de Pós-Graduação em Comunicação na UNIR.